25/06/2020

PARA OS SEGUNDOS ANOS - 2° bimestre

A   CHEGADA   DOS   EUROPEUS   NA   AMÉRICA

             Os europeus chegaram na América no final do século XV e, nem bem haviam ancorados seus navios, já iniciaram um violento processo de ocupação, extermínio da população nativa, exploração e colonização. Alguns fatores contribuíram para essa chegada violenta: - a situação histórica da Europa entre os séculos XIV/XVI marcada pela formação do Estado Nacional Absolutista (no Absolutismo o Estado - re - tem o controle absoluto da sociedade) e a Expansão Marítimo Comercial européia para o Oriente que desenvolveu o Mercantilismo (atividade econômica, baseada no comércio triangular, controlado pelo rei); - as circunstâncias particulares como cada país europeu vivenciou esses dois fenômenos históricos nos séculos XV/XVI; - e o nível cultural dos povos que os europeus encontraram na América.
- AMÉRICA ESPANHOLA  - No século XV a Espanha, unifica seus reinos cristãos – (Aragão, Leão, Navarra e Castela) -  para expulsar os árabes muçulmanos (mouros) da Península Ibérica, conseguiu organizar um forte Estado Nacional que foi formalizado no casamento de Fernando de Aragão com Isabel de Castela. Apesar do êxito na centralização política, Fernando e Isabel  tiveram dificuldades no processo da expansão comercial. A solução veio com uma proposta do navegador genovês Cristóvão Colombo de encontrar uma nova rota marítima para as “Índias” pelo Ocidente. Na véspera do Natal de 1492, Cristóvão Colombo fundava na ilha Hispaniola, (atual San Domingos), a colônia de Natividade, embrião do futuro império espanhol na América. Atraídos pelos relatos indígenas  dos primeiros contatos, que falavam da riqueza do império asteca no novo continente, os espanhóis enviaram várias expedições à costa mexicana, entre 1517 e 1519.  A primeira que chegou ao coração do México e conquistou os astecas, foi a de Fernão Cortés. Os conquistadores espanhóis partiram atrás do sonho do ouro, das montanhas de ouro. Desde os primeiros momentos, o motor que moveu os espanhóis na exploração americana, foi a ânsia pelo lucro. A colonização trazia, no entanto, vários problemas para a Espanha, nação ainda submersa na cultura medieval e sem experiência  para administrar e repovoar a nova terra, com milhões de indígenas para converter ao cristianismo e terras de um oceano ao outro, para implantar um sistema produtivo. Diante destas dificuldades, os reis espanhóis confiaram, inicialmente, a conquista da América a aventureiros que recebiam o título de adelantados. Estes, funcionavam como uma espécie de governador com poderes ilimitados. Para garantir o mínimo de organização, esses governadores criaram o ayuntamento ou cabildo, uma espécie de câmara municipal, que cuidava da administração das cidades e que, durante o século XVI, teve ampla autonomia, mas a partir do início do novo século, foi perdendo a liberdade, devido ao processo de centralização do poder através da implantação do vice-reinado e da audiência. O vice-rei era o representante direto do rei na América e tinha como funções: controlar as minas, cristianizar os índios e presidir a audiência. Esta, era uma espécie de tribunal formado por um presidente e por vários ouvidores. Quanto mais minas de metais preciosos os conquistadores encontravam, mais o poder se centralizava. Para garantir o controle de toda essa região, o rei espanhol dividiu a América em quatro vice-reinados: - o vice-reinado da Nova Espanha ( parte do oeste dos atuais Estados Unidos, o atual México e parte da América central). Já no final do século XVI, a minas de ouro começaram a escassear. Os conquistadores organizaram, então, um sistema produtivo agrícola, estruturado nas grandes fazendas e no uso do índio como mão de obra escrava; - o vice-reinado da Nova Granada (os atuais Panamá, Colômbia e Equador). Primeira região da América, onde os espanhóis construíram um núcleo de povoamento. Os indígenas aí encontrados eram submetidos ao trabalho nas minas e na agricultura. Nessa região, os espanhóis dedicaram-se, inicialmente à caça de índios e os vendiam nas regiões mineradoras como escravos. No século XVII, organizaram um sistema agrícola estruturado em grandes fazendas e no uso da mão de obra indígena e escrava voltado para o mercado externo; - o vice-reinado do Peru (atual Peru e parte da atual Bolívia). Essa região era ocupada pelos incas. Assim que os conquistadores espanhóis chegaram a essa região iniciaram a conquista dos tesouros indígenas que logo se esgotaram. Organizaram, então, o sistema de agricultura tropical de exportação , repartindo a mão de obra indígena entre o trabalho nas minas de ouro e mercúrio e nas grandes fazendas; - vice-reinado do rio da Prata (atuais Argentina, Uruguai, Paraguai, partes do Peru e da Bolívia). Como os primeiros espanhóis que aí chegaram, não encontraram nem ouro nem prata, a região acabou sendo abandonada pelos exploradores. Os poucos núcleos de povoamento que surgiram , dedicaram-se ao comércio e a apropriação de terras e do gado selvagem que vivia solto. Esses núcleos situavam-se, geralmente, às margens dos rios que compunham a Bacia do Prata. Só depois da independência, no século XIX, a população de origem espanhola cresceu, a ponto de ocupar o interior habitado pelos indígenas
- AMÉRICA PORTUGUESA - A associação entre a  nobreza e a burguesia mercantil no processo de formação do Estado Nacional lusitano, foi fundamental para que, Portugal, durante o século XVI, se tornasse o primeiro país europeu a desencadear a expansão marítimo-comercial em direção à África e às Índias. Foi em função dessa primazia, que Portugal se viu no direito de reivindicar da Espanha,  parte do novo continente descoberto por Colombo, em 1492. Em 1494, através do tratado de Tordesilhas, mediado pela Igreja católica, a divisão sobre a posse da nova terra foi acertada entre as duas coroas. No dia 3 de março de 1.500, partia de Portugal, uma poderosa esquadra composta de 13 caravelas e mil e quinhentos  homens, sob o comando de Pedro Álvares Cabral, com a incumbência principal de ampliar as posses portuguesas no além-mar. No dia 22 de abril do mesmo ano, chegou a uma terra estranha, batizada posteriormente, de Brasil.  Apesar de Cabral ter, oficialmente,  tomado posse do Brasil em abril de 1500, o marco oficial do início do processo de ocupação, povoamento e exploração do Brasil, foi dado pelo rei de Portugal, D. João III, ao patrocinar, em 1532, a expedição de Martim Afonso de Souza que, ao chegar no Brasil fundou a vila de São Vicente. Logo depois surgia a vila de Santos. Em volta dessas vilas foram, aos poucos, surgindo os primeiros engenhos de açúcar que logo se espalharam por todo o litoral nordestino. Nas primeiras explorações do litoral brasileiro, os portugueses não encontraram nem ouro, nem prata e nem as famosas especiarias do oriente. O único produto rentável encontrado pelos portugueses foi o pau-brasil, uma árvore da qual se extraía um corante avermelhado bastante utilizado na Europa. Inicialmente a coroa portuguesa arrendou a exploração dessa madeira a um grupo de cristãos novos, liderados por Fernão de Noronha , que usou a mão de obra indígena – escambo – (o índio cortava a árvore, carregava os troncos até a praia em troca recebia espelhos, contas de vidro, coisas sem valor). A partir de 1513, a coleta de pau-brasil foi declarada livre desde que se pagasse, à coroa, um quinto do valor da madeira extraída.  Durante os primeiros trinta anos, após a chegada de Cabral, a coroa portuguesa pouco se interessou pela ocupação e exploração da nova colônia, se limitando a enviar expedições de reconhecimento e guarda-costas, com o objetivo de coibir a invasão de outros países. Esse aparente desinteresse se devia ao êxito comercial de Portugal com a África. À medida que Portugal  foi perdendo o monopólio desse comércio  para Holanda e Espanha, voltava seus olhos para o Brasil, afinal de contas, precisava de uma nova alternativa para compensar os prejuízos causados com a perda de tal monopólio. Assim, incentivou a ampliação dos engenhos  por todo o litoral brasileiro, principalmente no nordeste, por ter as características climáticas ideais para o cultivo da cana, tornando-se, não só o principal produto da economia colonial brasileira, mas também um influenciador da organização geral da sociedade – (patriarcalismo, personificado no Senhor de Engenho) . O cultivo desse produto foi estruturado com base na grande propriedade – latifúndio, no trabalho escravo – escravidão negra africana, voltada exclusivamente para o mercado externo – monocultura.  Com a montagem dessa estrutura de exploração, Portugal conseguiu extrair as riquezas necessárias para manter a organização da sociedade portuguesa e o status de grande nação européia. Para manter o domínio político sobre a colônia Brasil, o rei de Portugal, incialmente,  dividiu – o em doze capitanias hereditárias (Maranhão 1 e 2, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte 1 e 2, Itamaracá, Pernambuco, Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo e São Vicente 1 e 2) e as doou a nobres donatários que tinham por obrigação torná-las rentáveis. O Alto custo necessário para tal empreitada fez com que quase todas capitanias fossem abandonadas. Para superar essa crise e controlar a colônia mais de perto, o rei criou o sistema de governador geral, mais centralizado e mais autoritário. No século XVII, com a descoberta de grandes veios de ouro na região de Minas Gerais, o rei dividiu o Brasil em dois vice-reinos: - o do Maranhão e o do Grão-Pará.
- AMÉRICA INGLESA - Durante todo o século XVI,  Portugal e Espanha, tiveram o monopólio do novo mundo. Nessa época, Inglaterra e França, eram nações fracas, envolvidas em disputas internas. Só irão despertar algum interesse pela América no século XVII, por causa de uma crise social: a disputa religiosa entre católicos e protestantes. Para solucionar essa crise, o rei Henrique VIII criou uma nova religião – O Anglicanismo e expulsou os protestantes, mandando-os para a América. Apesar de, em 1585, a Companhia de Comércio inglesa Raleigh, a serviço da rainha Elizabeth I, ter fundado a colônia de Virgínia, o marco oficial da chegada dos ingleses na América, aconteceu em 1620, quando, a bordo do navio Mayflower, os puritanos expulsos,  chegaram ao Cabo Cod, no nordeste dos atuais Estados Unidos e fundaram a colônia de Massachusetts. Esses puritanos, eram calvinistas ingleses, perseguidos pela coroa britânica e pela igreja oficial da Inglaterra, a Anglicana. Devido a essas perseguições foram obrigados a emigrar para a América, com o objetivo de fundar uma nova pátria  com liberdade religiosa. Quer dizer, vieram para a América para se fixarem de forma definitiva. Esse processo de fixação, durante a primeira metade do século XVII, resultou na formação de treze colônias, divididas em três grupos - norte, centro e sul - cada qual com suas características próprias :- o  norte, formado pelas colônias - Massachusetts, New York, New Hampshire, Connecticut e Rhode Island - se caracterizou pelo povoamento. Estas colônias formaram-se com base na pequena e média propriedade agrícola e numa produção voltada apenas para o mercado interno. Nessas pequenas e médias propriedades o colono trabalhava com sua família, às vezes auxiliado por alguns servos brancos. A produção agrícola era uma policultura destinada à satisfação das necessidades do próprio colono. Foram atraídos, também para o norte, muitos artesãos ingleses, contribuindo para o desenvolvimento do artesanato e até mesmo de manufaturas. Devido ao intenso povoamento da faixa litorânea destas colônias, desenvolveu-se também a atividade pesqueira e a indústria  de construção de barcos e veleiros. Devido a estas características econômicas, os colonos da Nova Inglaterra nunca atuaram como agentes coloniais, ou seja, nunca produziram em benefício da coroa inglesa. desde o princípio, viveram a serviço do desenvolvimento de si próprios e de sua nova terra;
- o centro, formado pelas colônias - New Jérsey, Pensilvânia e Delaware - também se caracterizou pelo povoamento. Também se formaram com base na indústria pesqueira e da construção de barcos. Desenvolveram a agricultura baseada na monocultura, no latifúndio e no trabalho escravo, voltada para o mercado externo, além das pequenas e médias propriedades, baseada no trabalho familiar e na servidão por contrato, voltadas para o mercado interno;
- o sul, formado pelas colônias - Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia - se caracterizou pela exploração colonial propriamente dita. Nessas colônias desenvolveu-se a economia de plantation., isto é, de grande propriedade agrícola quase auto-suficiente, baseada na escravidão negra africana, na monocultura  e na produção voltada exclusivamente para o mercado externo. A economia do sul produzia o tabaco da Virgínia, o arroz  e o algodão da Carolina. Era uma economia rotineira, predatória e com tecnologia simples, que esgotava a fertilidade da terra. 

A T I V I D A D E  - responder no classroom - só respostas

 LEIA O TEXTO  "A CHEGADA DOS EUROPEUS NA AMÉRICA - no blog "profetaddoconte.blogspot.com"       E RESPONDA:
1.  A ocupação da América pelos europeus, a partir do século XV, se deveu a situação histórica da Europa:
a) Quais os fatores que marcaram essa situação histórica?
b)  O que foi o Absolutismo?
c) O que foi o Mercantilismo?
2.  Apesar dessa situação histórica ser característica geral de toda a Europa, cada país europeu vai vivenciá-la de forma particular. Perceba essas diferenças/semelhanças, respondendo:
a)  Qual a situação histórica da Espanha no século XV?
b)  Qual a situação histórica de Portugal no século XVI 
c)  Qual a situação histórica da Inglaterra no século XVII?
3. A partir do século XV os europeus fundaram as 3 Américas e iniciaram a sua ocupação e exploração. Descreva como se deu cada um desses processos, repondendo:
a) Qual a data oficial da chegada dos espanhóis na América espanhola (América Latina)? 
b) Qual a data oficial da chegada dos portugueses na América portuguesa (Brasil)?
c)  Qual a data oficial da chegada dos e ingleses na América inglesa (EUA)?    
4. Cada um desses 3 países europeus vai ocupar e explorar a América à sua maneira. Perceba as diferenças/semelhanças nesse processo de exploração, respondendo:
a) Quais os 4 vice-reinos que a coroa espanhola criou na América e como organizou a exploração econômica (atividades e tipos de mão de obra) de cada um deles?
b)  Quais as 12 capitanias hereditarias que a coroa portuguesa criou na América e como  organizou  a exploração econômica (Atividades e tipos de mão de obra) de algumas dessas capitanias?
c) Quais as treze colonias criadas na América inglesa e como os colonos ingleses organizaram economicamente (atividades e tipos de mão de obra) nessas colônias?
3.  Desenhe um mapa da América e destaque
a) o local da chegada de Colombo e dos 4 vice – reinos:
b)- o local da chegada de Cabral e das 12 capitanias: -  
c) e o local da chegada do Mayflower e das 13 colônias;