A CHEGADA DOS
EUROPEUS NA AMÉRICA
Os europeus chegaram na América no final do século XV e, nem bem haviam ancorados seus navios, já
iniciaram um violento processo de ocupação, extermínio da população nativa, exploração
e colonização. Alguns fatores contribuíram para essa chegada violenta: - a
situação histórica da Europa entre os séculos XIV/XVI
marcada pela formação do Estado Nacional Absolutista (no Absolutismo o Estado - re - tem o controle absoluto da sociedade) e a Expansão Marítimo
Comercial européia para o Oriente que desenvolveu o Mercantilismo (atividade econômica, baseada no comércio triangular, controlado pelo rei); - as circunstâncias particulares como cada
país europeu vivenciou esses dois fenômenos históricos nos séculos XV/XVI; - e
o nível cultural dos povos que os europeus encontraram na América.
- AMÉRICA ESPANHOLA - No século XV a Espanha, unifica seus reinos
cristãos – (Aragão, Leão, Navarra e Castela) -
para expulsar os árabes muçulmanos (mouros) da Península Ibérica,
conseguiu organizar um forte Estado Nacional que foi formalizado no
casamento de Fernando de Aragão com Isabel de Castela. Apesar do êxito na
centralização política, Fernando e Isabel
tiveram dificuldades no processo da expansão comercial. A solução veio
com uma proposta do navegador genovês Cristóvão Colombo de encontrar uma nova
rota marítima para as “Índias” pelo Ocidente. Na véspera do Natal de 1492, Cristóvão Colombo fundava na ilha Hispaniola,
(atual San Domingos), a colônia de
Natividade, embrião do futuro império espanhol na América. Atraídos pelos
relatos indígenas dos primeiros
contatos, que falavam da riqueza do império asteca no novo continente, os
espanhóis enviaram várias expedições à costa mexicana, entre
1517 e 1519. A primeira que
chegou ao coração do México e conquistou os astecas, foi a de Fernão Cortés. Os
conquistadores espanhóis partiram atrás do sonho
do ouro, das montanhas de ouro. Desde os primeiros momentos, o motor que
moveu os espanhóis na exploração americana, foi a ânsia pelo lucro. A colonização
trazia, no entanto, vários problemas para a Espanha, nação ainda submersa na
cultura medieval e sem experiência para
administrar e repovoar a nova terra, com milhões de indígenas para converter ao
cristianismo e terras de um oceano ao outro, para implantar um sistema
produtivo. Diante destas dificuldades, os reis espanhóis confiaram,
inicialmente, a conquista da América a aventureiros que recebiam o título de adelantados. Estes, funcionavam como
uma espécie de governador com poderes ilimitados. Para garantir o mínimo de
organização, esses governadores criaram o ayuntamento
ou cabildo, uma espécie de
câmara municipal, que cuidava da administração das cidades e que, durante o
século XVI, teve ampla autonomia, mas a partir do início do novo século, foi
perdendo a liberdade, devido ao processo de centralização do poder através da
implantação do vice-reinado e da audiência. O vice-rei era o
representante direto do rei na América e tinha como funções: controlar as
minas, cristianizar os índios e presidir a audiência.
Esta, era uma espécie de tribunal formado por um presidente e por vários
ouvidores. Quanto mais minas de metais preciosos os conquistadores encontravam,
mais o poder se centralizava. Para garantir o controle de toda essa região, o
rei espanhol dividiu a América em quatro vice-reinados: - o vice-reinado da Nova Espanha ( parte do oeste dos atuais Estados
Unidos, o atual México e parte da América central). Já no final do século XVI,
a minas de ouro começaram a
escassear. Os conquistadores organizaram, então, um sistema produtivo agrícola,
estruturado nas grandes fazendas e no uso do índio como mão de obra escrava; - o vice-reinado
da Nova Granada (os atuais Panamá, Colômbia e Equador). Primeira região da
América, onde os espanhóis construíram um núcleo de povoamento. Os indígenas aí
encontrados eram submetidos ao trabalho nas minas e na agricultura. Nessa
região, os espanhóis dedicaram-se, inicialmente à caça de índios e os vendiam
nas regiões mineradoras como escravos. No século XVII,
organizaram um sistema agrícola estruturado em grandes fazendas e no uso da mão
de obra indígena e escrava voltado para o mercado externo; - o vice-reinado do Peru (atual Peru e
parte da atual Bolívia). Essa região era ocupada pelos incas. Assim que os
conquistadores espanhóis chegaram a essa região iniciaram a conquista dos
tesouros indígenas que logo se esgotaram. Organizaram, então, o sistema de
agricultura tropical de exportação , repartindo a mão de obra indígena entre o
trabalho nas minas de ouro e mercúrio e nas grandes fazendas; - vice-reinado do rio da Prata (atuais
Argentina, Uruguai, Paraguai, partes do Peru e da Bolívia). Como os primeiros
espanhóis que aí chegaram, não encontraram nem ouro nem prata, a região acabou
sendo abandonada pelos exploradores. Os poucos núcleos de povoamento que
surgiram , dedicaram-se ao comércio e a apropriação de terras e do gado
selvagem que vivia solto. Esses núcleos situavam-se, geralmente, às margens dos
rios que compunham a Bacia do Prata. Só depois da independência, no século XIX,
a população de origem espanhola cresceu, a ponto de ocupar o interior habitado
pelos indígenas
- AMÉRICA PORTUGUESA - A associação entre a nobreza e a burguesia mercantil no processo
de formação do Estado Nacional lusitano, foi fundamental para que, Portugal, durante
o século XVI, se tornasse o primeiro país europeu a desencadear a expansão
marítimo-comercial em direção à África e às Índias. Foi em função dessa
primazia, que Portugal se viu no direito de reivindicar da Espanha, parte do novo continente descoberto por
Colombo, em 1492. Em 1494,
através do tratado de Tordesilhas, mediado pela Igreja católica, a divisão sobre
a posse da nova terra foi acertada entre as duas coroas. No dia 3 de março de 1.500, partia de Portugal, uma poderosa esquadra
composta de 13 caravelas e mil e quinhentos homens, sob o comando de Pedro Álvares Cabral,
com a incumbência principal de ampliar as posses portuguesas no além-mar. No
dia 22 de abril do mesmo ano, chegou a uma terra estranha, batizada
posteriormente, de Brasil. Apesar de
Cabral ter, oficialmente, tomado posse
do Brasil em abril de 1500, o marco oficial do início do processo de ocupação,
povoamento e exploração do Brasil, foi dado pelo rei de Portugal, D. João III,
ao patrocinar, em 1532, a expedição de Martim
Afonso de Souza que, ao chegar no Brasil fundou a vila de São Vicente. Logo
depois surgia a vila de Santos. Em volta dessas vilas foram, aos poucos,
surgindo os primeiros engenhos de açúcar que logo se espalharam por todo
o litoral nordestino. Nas primeiras explorações do litoral brasileiro, os
portugueses não encontraram nem ouro, nem prata e nem as famosas especiarias do
oriente. O único produto rentável encontrado pelos portugueses foi o
pau-brasil, uma árvore da qual se extraía um corante avermelhado bastante
utilizado na Europa. Inicialmente a coroa portuguesa arrendou a exploração
dessa madeira a um grupo de cristãos novos, liderados por Fernão de Noronha ,
que usou a mão de obra indígena – escambo – (o índio cortava a árvore,
carregava os troncos até a praia em troca recebia espelhos, contas de vidro,
coisas sem valor). A partir de 1513, a coleta de
pau-brasil foi declarada livre desde que se pagasse, à coroa, um quinto do
valor da madeira extraída. Durante os
primeiros trinta anos, após a chegada de Cabral, a coroa portuguesa pouco se
interessou pela ocupação e exploração da nova colônia, se limitando a enviar
expedições de reconhecimento e guarda-costas, com o objetivo de coibir a
invasão de outros países. Esse aparente desinteresse se devia ao êxito
comercial de Portugal com a África. À medida que Portugal foi perdendo o monopólio desse comércio para Holanda e Espanha, voltava seus olhos
para o Brasil, afinal de contas, precisava de uma
nova alternativa para compensar os prejuízos causados com a perda de tal
monopólio. Assim, incentivou a ampliação dos engenhos por todo o litoral brasileiro, principalmente
no nordeste, por ter as características climáticas ideais para o cultivo da
cana, tornando-se, não só o principal produto da economia colonial brasileira,
mas também um influenciador da organização geral da sociedade –
(patriarcalismo, personificado no Senhor de Engenho) . O cultivo desse produto
foi estruturado com base na grande propriedade – latifúndio, no trabalho escravo – escravidão negra africana, voltada exclusivamente para o mercado
externo – monocultura. Com a montagem dessa estrutura de exploração,
Portugal conseguiu extrair as riquezas necessárias para manter a organização da
sociedade portuguesa e o status de grande nação européia. Para manter o domínio
político sobre a colônia Brasil, o rei de Portugal, incialmente, dividiu – o em doze capitanias hereditárias (Maranhão 1 e 2, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte 1 e 2, Itamaracá, Pernambuco, Bahia, Ilhéus, Porto Seguro, Espírito Santo e São Vicente 1 e 2) e
as doou a nobres donatários que tinham por obrigação torná-las rentáveis. O
Alto custo necessário para tal empreitada fez com que quase todas capitanias
fossem abandonadas. Para superar essa crise e controlar a colônia mais de
perto, o rei criou o sistema de governador geral, mais centralizado e mais
autoritário. No século XVII, com a descoberta de grandes veios de ouro na
região de Minas Gerais, o rei dividiu o Brasil em dois vice-reinos: - o do
Maranhão e o do Grão-Pará.
- AMÉRICA INGLESA - Durante todo o século XVI, Portugal e Espanha, tiveram o monopólio do
novo mundo. Nessa época, Inglaterra e França, eram nações fracas, envolvidas em
disputas internas. Só irão despertar algum interesse pela América no século
XVII, por causa de uma crise social: a disputa religiosa entre católicos e
protestantes. Para solucionar essa crise, o rei Henrique VIII criou uma nova
religião – O Anglicanismo e expulsou os protestantes, mandando-os para a
América. Apesar de, em 1585, a Companhia de Comércio inglesa Raleigh, a
serviço da rainha Elizabeth I, ter fundado a colônia de Virgínia, o marco
oficial da chegada dos ingleses na América, aconteceu em 1620, quando, a bordo do navio Mayflower, os puritanos
expulsos, chegaram ao Cabo Cod, no
nordeste dos atuais Estados Unidos e fundaram a colônia de Massachusetts.
Esses puritanos, eram calvinistas ingleses, perseguidos pela coroa britânica e
pela igreja oficial da Inglaterra, a Anglicana. Devido a essas perseguições
foram obrigados a emigrar para a América, com o objetivo de fundar uma nova
pátria com liberdade religiosa. Quer
dizer, vieram para a América para se fixarem de forma definitiva. Esse processo
de fixação, durante a primeira metade do século XVII, resultou na formação de
treze colônias, divididas em três grupos - norte, centro e sul - cada qual com
suas características próprias :- o norte, formado pelas colônias - Massachusetts, New York, New Hampshire,
Connecticut e Rhode Island - se caracterizou pelo povoamento. Estas
colônias formaram-se com base na pequena e média propriedade agrícola e numa
produção voltada apenas para o mercado interno. Nessas pequenas e médias
propriedades o colono trabalhava com sua família, às vezes auxiliado por alguns
servos brancos. A produção agrícola era uma policultura destinada à satisfação
das necessidades do próprio colono. Foram atraídos, também para o norte, muitos
artesãos ingleses, contribuindo para o desenvolvimento do artesanato e até
mesmo de manufaturas. Devido ao intenso povoamento da faixa litorânea destas
colônias, desenvolveu-se também a atividade pesqueira e a indústria de construção de barcos e veleiros. Devido a
estas características econômicas, os colonos da Nova Inglaterra nunca atuaram
como agentes coloniais, ou seja, nunca produziram em benefício da coroa
inglesa. desde o princípio, viveram a
serviço do desenvolvimento de si próprios e de sua nova terra;
- o centro, formado pelas colônias - New Jérsey, Pensilvânia e Delaware - também se caracterizou pelo
povoamento. Também se formaram com base na indústria pesqueira e da construção
de barcos. Desenvolveram a agricultura baseada na monocultura, no latifúndio e
no trabalho escravo, voltada para o mercado externo, além das pequenas e médias
propriedades, baseada no trabalho familiar e na servidão por contrato, voltadas
para o mercado interno;
- o sul, formado pelas colônias - Maryland, Virgínia, Carolina do Norte, Carolina do Sul e Geórgia -
se caracterizou pela exploração colonial propriamente dita. Nessas
colônias desenvolveu-se a economia de plantation., isto é, de grande
propriedade agrícola quase auto-suficiente, baseada na escravidão negra
africana, na monocultura e na produção
voltada exclusivamente para o mercado externo. A economia do sul produzia o
tabaco da Virgínia, o arroz e o algodão
da Carolina. Era uma economia rotineira, predatória e com tecnologia simples,
que esgotava a fertilidade da terra.
A T I V I D A D E - responder no classroom - só respostas
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1. A ocupação da América pelos europeus, a partir do século XV, se deveu a situação histórica da Europa:
a) Quais os fatores que marcaram essa situação histórica?
b) O que foi o Absolutismo?
c) O que foi o Mercantilismo?
2. Apesar dessa situação histórica ser característica geral de toda a Europa, cada país europeu vai vivenciá-la de forma particular. Perceba essas diferenças/semelhanças, respondendo:
a) Qual a situação histórica da Espanha no século XV?
b) Qual a situação histórica de Portugal no século XVI
c) Qual a situação histórica da Inglaterra no século
XVII?
3. A partir do século XV os europeus fundaram as 3 Américas e iniciaram a sua ocupação e exploração. Descreva como se deu cada um desses processos, repondendo:
a) Qual a data oficial da chegada
dos espanhóis na América espanhola (América Latina)?
b) Qual a data oficial da chegada dos portugueses na América portuguesa (Brasil)?
c) Qual a data oficial da chegada dos e ingleses na América inglesa (EUA)?
4. Cada um desses 3 países europeus vai ocupar e explorar a América à sua maneira. Perceba as diferenças/semelhanças nesse processo de exploração, respondendo:
a) Quais os 4 vice-reinos que a coroa espanhola criou na
América e como organizou a exploração econômica (atividades e tipos de mão de obra) de cada um deles?
b) Quais as 12 capitanias hereditarias que a coroa portuguesa criou na América e como organizou a exploração econômica (Atividades e tipos de mão de obra) de algumas dessas capitanias?
c) Quais as treze colonias criadas na América inglesa e como os colonos
ingleses organizaram economicamente (atividades e tipos de mão de obra) nessas colônias?
3. Desenhe
um mapa da América e destaque:
a) o local da chegada de Colombo e dos 4 vice –
reinos:
b)- o local da chegada de Cabral e das 12 capitanias: -
c) e o local da chegada do Mayflower e das 13
colônias;